quarta-feira, 14 de setembro de 2011

                                                                                   

Oh...lágrima fantasia, lágrima amiga minha....
Sou mulher de viva voz,  de viva vida
onde o orgulho deixo para os frágeis ...
Sou ser de vagas lembranças,
de vagas esperanças,
mas de coração contundente,
pois esmago a tristeza e não corto a experiência de vivê-la...
Não se engane comigo,
não se ache centro das minhas alegrias, nem âmago do meu sentir,
pois sou a ventania, que passa levando o aroma doce da araucária,
sem arrancar dela uma só pinha...
Sou a vaga em fúria que açoita as pedras,
mas esculpe loucas figuras em seu interior
fazendo românticas grutas...
Sou aquela que vale a pena conhecer,
pois certamente jamais te dará qualquer prejuizo,
a não ser a dádiva da minha amizade...
Te enriquecerá com o saber da minha decência e o ignorar
do meu descaso...
Sou parte santa...parte pecado...parte fera...parte mansa...
na verdade sou Marilda uma velha guerreira de grandes lutas e imensas vitórias ,
a maior delas é amar a mim mesma muito mais do que aos outros,
pois assim me tornei samaritana do meu tempo,
pois aprendi a amar com verdade...
[marilda]
      
(...) Valei-me Stª Sara Kali,
que o deserto atravessou...
Compadeça-te de mim pobre mulher que de sangue nômade nasci e rejeitada pela sorte de viver entre meu povo,
Vivi uma vida inteira na sombra do que realmente sou.
Minha mãe mulher de vida fácil relacionou-se com um homem cigano,
Fui aceita pela metade entre os ditos meus parentes...
Na verdade passei uma vida inteira com meia identidade,
Mas não me queixo da sorte,
Pois em meus traços fisionômicos trago o mistério da minha raça,
Não me queixo e nem reclamo nada,
Hoje apenas aceito que serei sempre uma cigana pela metade...
Para minha própria mãe não passo de uma meio-gitana,
Porque assim me vê pela lembrança de meu pai.
Não odeio ninguém, porém aguardo a justiça de Deus,
Pela mão poderosa de minha Kali.(...)
[Marilda Amaral]
Você em vôo planante ronda minha lembrança,
Vejo você de forma mansa,
olhar de águas profundas
onde o azul não é visto...
Ai de mim que vejo teu coração em batidas loucas
A tua fúria de complacência pouca.
Beija flor de cores fortes, roupagem brilhante, previsor de minha morte.
Morri na tua lembrança, vivi na descoberta de que mais vale ser musa do que ser solitário poeta...
e aqui estou eu dedilhando mil  versos cruel beija-flor.
[marilda amaral]

                                                                                      


Tão dolente balbucia
Alguma coisa a respeito
do meu poema que leu...
Sem saber de minhas dores
Julga meus amores,
E interpreta sobre mim ,
Que não sou flores..
Pobre amigo, que tanto quero
De ti nada renego,
Pois sei de teus poréns....
Seu versejar falquejado
Força minha ira, sem saber
que acho tudo muito engraçado.
Rio das minhas dores,
Lembro de meus amores
E sei que você jamais seria um...
Ah...meu indolente
Embuste mais que frequente
Olhe para si, és demente,
quando de mim nada entendes.
Ao me fazer de qualquer um,
Te olhas profundamente
No espelho,que nada descende
Da verdade que é a dor de um amor.
[Marilda Amaral]


Rosas vermelhas encilham crinas castanhas...
Como andaluz em fúria,
a mulher subjuga a luxúria masculina
com a inteligência ,
que guarda nesta linda caixa nunca dada a Pandora!!!
A cabeça feminina.
[Marilda Amaral]
 
 
 
Olhe  a sua volta observe ...
Existe música no ar,
meu perfume está em você,
minhas mãos percorrem a intimidade de sua alma.
Olhe para mim de forma profunda e descubra o mundo que há dentro de mim .
[marilda amaral]